domingo, 2 de setembro de 2018

Fundos Da Barra do Ouro - Vale da Forqueta. Mata Atlântica Maquiné RS.

Mata Atlântica, cascatas e surpresas a cada passo.


A época já era pós verão. Entretanto, os dias ainda permitiam aventuras envolvendo água para quem fosse mais corajoso contra o frio.

Desta maneira nossa equipe analisou com muita cautela, como de costume, três opções extremamente convidativas.

  • Marina Park em Capão da Canoa. Nada mal hein? Aproveitar o final de temporada de calor em um parque aquático, ao lado da movimentada e baladissima Capão da Canoa no litoral do RS, leva consigo confortos como apartamentos, suites, o mar chocolate do RS e pontos como barzinhos e locais para alimentação e shoppings. Uma opção que ganha alguns pontos.
  • Cruzeiro de turismo CVC: Passeio muito TOP, envolvendo um navio, o mar, água, todo o conforto, luxo e glamour de uma viagem marítima com sua comodidade e atrativos, agora temos uma opção disparando na liderança.
  • Camping Recanto dos Tropeiros em Maquiné -RS no distrito de Barra do Ouro: Ai foi covardia meus amigos. A Barra do ouro é um dos locais mais lindos do estado do RS, com cascatas, muita mata nativa, rodeada e totalmente imersa no que sobra de Mata Atlântica. Opções de mato, trilhas, banho de rio e cascatas e ainda toda a estrutura do camping Recanto dos tropeiros, ficou covardia e esta opção atropelou as demais.

Com destino definido, nosso time parte de Porto Alegre na Sexta Feira.
Faz uma viagem tranquila até Maquiné e chega de noite a localidade de Barra do Ouro.

Óbvio que a boa gastronomia sempre nos acompanha, pois é um dos prazeres da vida.
Noite com o melhor do churrasco alemão.

Muito bem acompanhados por Luna. Mistura de Pitbull com perdigueiro.

O Corajoso, destemido e intrépido Rufus. Esse carinha botou 2 ou 3 cachorros fila para correr no outro dia.
Enquanto voltamos da trilha, a casa de um morador local possui os cachorras mas a área é aberta. Assim eles vieram nos dar as boas vindas, mas não contavam com as forças de Rufus.

A beleza e simplicidade da mata Atlântica. O ônibus em frente era de uma família da Argentina que estava a mais de um mês no recanto, viajando pelo Brasil se encantaram pelo local e estavam dando um "tempo" ali.


A Barra do Ouro em particular, nos trás sempre uma sensação muito boa por estar la. De certa forma é um lugar que não é o mais tecnológico, tampouco desenvolvido, ou com alguns recursos que temos na cidade ao nosso lado a todo instante, porém, isto é bom demais, é maravilhoso a simplicidade das coisas, pessoas, o local de certa forma com algum tipo de preservação ainda, com água, cascatas, muito verde e morros. É como mergulhar em um vale encantado e esquecer tudo quando se está la, a qualidade do ar é muito boa, da água e principalmente das pessoas, os moradores nativos, são pessoas sensacionais, de coração muito bom. Uma simples conversa com qualquer morador local traz sempre aprendizado, curiosidades, histórias, estórias, as vezes um pouco de mentiras kkkk, mas é tudo simples, verdadeiro e de coração. Estar lá é de certa forma parar no tempo ou o relógio trabalhar em um ritmo diferente que o da cidade, simplesmente indescritível.

O Recanto dos Tropeiros nosso local de acampamento, é um dos melhores campings da região. Seu proprietário Décio Tramontin, é um nativo da localidade, nasceu la, conhece tudo com a palma da mão e possui histórias e vivências incríveis. Apesar de não ter um diploma universitário, possui um conhecimento e experiência de vida naquele local enorme.
Conhece cada passo dentro do mato, cada trilha, plantas e árvores.

Um pouco do Recanto e o ônibus dos hermanos.

Pela manhã ainda fazia frio.


Ótimas cabanas à disposição.

Banheiro seco, sustentável kk.



Décio leva uma vida totalmente alternativa aos estilos e padrões de vida atuais, ver ao vivo é uma quebra de paradigma gigante, pode  parecer ser loucura ou impensável para muitos que estão condicionados ao sistema, que compram e consomem achando que "pagam" a felicidade de certa forma ou que fazer coisas que todos fazem é uma obrigação de vida e necessidade, porém se iludem, seu estilo e modo de vida é de anos atrás, parado no tempo e costumes, mas tem uma liberdade e uma autenticidade imensa e pode se principalmente, verificar o quanto se é feliz por simplesmente pertencer ao local e aquela terra sem grandes ambições, com pouco, mas feliz. 

Claro que esta linha de reflexão e pensamento pode variar muito de pessoa para pessoa e o que cada um acredita e gosta.

Combinamos com ele, pois seria nosso guia hehe. Pela manhã cedo partimos a desbravar os fundos de vale e morros da Barra do Ouro. Com seu jeito simples nos explicava e contava histórias da região e dos locais nos quais passávamos.

Realizamos em um dado momento um percurso totalmente alternativo, realmente no meio do mato, recheado de barro, espinhos, teias de aranha, arranhões, e muitas risadas, chegamos justamente no local em que ele pensava, na margem do rio descendo o morro.

Subimos pelo leito do rio passando por cachoeiras que se formam em quanto a água vai caindo a medida que a altitude é perdida. Água esta pura e cristalina, possível de simplesmente beber direto no rio com a boca, ação que nosso guia realizava tranquilamente kkkk...Pois é natural e faz parte do seu estilo de vida.

Parte de uma queda de água, mais lado já se formava uma cascata.

Rufus fiel na companhia.

Trocando uma ideia.

Piscina natural antes de queda em cascata(parte superior).


Uma das cascatas que passamos, excelente banho.




Como descrever?

Luna firme de guarda kkk.


Com direito a conhecer um pouco mais da região, da cultura local e dar boas risadas, sem falar no banho de cascata que foi inegável mesmo não sendo um dia dos mais quentes, fomos subindo pelo leito até voltarmos ao mato e encontrarmos uma casa em meio a mata atlântica.

A casa parece de um filme ou algo do gênero, esta em um local onde ninguém imagina que existiria uma construção.

Lá realizamos um almoço rico em luxo, sabor, vitaminas, carboidratos e fibras.



Após descansar e conhecer uma parte do rio que passa nas proximidades, fizemos a trilha de volta, descendo o vale até o final da estrada da cascata da Forqueta, onde iniciamos.

É inegável a mágica do lugar e o que uma simplesmente atividade como esta, trás de felicidade, bem estar e uma sensação boa, esta é a magia do lugar e de suas pessoas.

Após a jornada do dia, aproveitamos a noite, o local possui demais campings, ambientes para todos os gostos, alguns até possibilitam até festas kkk.

Passo por passo com cautela.

Grande amizade conquistada.

Nunca negamos o conforto.


Pratos espetaculares como de costume.


Fogão de campanha.

Cozinha.

Entrada do camping e estrada, Barra do Ouro, Maquiné, RS.
Fogão e utensílios antigos de época de tropeiros.

Décio chegou a vivenciar com sua família o troperismo, em época em que tal atividade era progresso para o Pais e uma das poucas formas de povoamento, troca, compra e venda de produtos, possui um conhecimento sobre histórias, rotas de tropas e outros pontos.

Encerramos esta postagem com mais uma magnifica dica.



Cascata Escondida Nova Roma do Sul.

Uma trilha curta era o que imaginávamos. 


Retomando a nossa serie com as melhores dicas de passeio do Brasil para nossos intrépidos e assíduos leitores, preparamos mais um belo roteiro de um dia a ser realizado na Serra Gaúcha.

A serra gaúcha é conhecida pelo seu charme e diversas opções para os turistas no inverno, sendo assim, nossa equipe escolheu uma das mais badaladas atividades disponíveis na região e, foi la fazer para informar você leitor, que gosta de curtir opções comodas e confortáveis, sempre muito bem planejadas, gastronômicas e aconchegantes, sem fazer força.

"Preparamos" acaba sendo uma expressão um pouco forte, já que de fato neste dia o que não aconteceu foi preparação kkk.

Por ser um "passeio" de um único dia não realizamos os devidos cuidados como verificar mapas, imagens de satélite, se atentar ao fato que estávamos em semanas de muita chuva no estado e colher informações prévias.

O trajeto em si é bem fácil, mas nós mesmos acabando dificultando ele, porém acabou sendo de ótima diversão e descontração.

Apenas lemos um rápido link na internet que fazia menção a cascata e fomos la desbravar o local.

Após saída bem cedo para aproveitar o dia(já que o roteiro inicial incluía mais cascatas e outras atividades, pois pensávamos que seria uns 20 minutos de trilha apenas kk).

Lá fomos com iguarias como pastéis e enroladinhos para ficar bem alimentados e revigorados para o dia, com os melhores ingredientes selecionados para receberem a famosa e boa fritura.

Nosso destino estava cravado na serra gaúcha na cidade de Nova Roma do Sul. Passando Farroupilha e seguindo RS com proximidade ao rio das Antas, inclusive com ponte de ferro sobre o mesmo.







Como estávamos em época de chuvas, era incrível a quantidade de cascatas que se formavam nos morros da região, enquanto estávamos no carro olhávamos ao redor e nos cansávamos de contar o número de cachoeiras que se formavam na região devido a água da chuva que descia pelos morros.

Na própria rodovia RS em um paredão, se formou uma linda queda de água passando por baixo da via.

Chegando ao local de saída, deixamos nosso caro e "analisamos" uma placa que informa sobre a trilha para cascata. A placa passava algumas informações, assim, consideramos muito rápida e muito leve a caminhada se fossemos de carro até o local indicado.



Assim, decidimos deixar o veiculo mais longe e caminharmos uma distância maior. No final das contas, se aproximar de carro não seria possível já que as condições da estrada não permitiam com segurança, haviam vários pontos de atoleiro e muito barro devido as chuvas da semana.

Seguimos pela estrada até o ponto que seria o inicial de trilha, onde de fato começa a caminhada em meio ao mato, só na estrada já haviamos levado mais tempo do que imaginavamos que levariamos na trilha toda kkk.

Para nossa surpresa(Falta de verificar os detalhes antes) tivemos de fazer uma travessia em rio, porém, o rio estava forte e com um nível mais alto devido o acumulo de água, sendo assim, gastamos muito tempo tentando achar algum ponto para atravessar sob pedras. Sem sucesso, a solução foi tirar os calçados e selecionar um ponto para irmos pela água mesmo, com o certo detalhe de que a água estava extremamente agradável e relaxante.

Travessia realizada, colocam-se os calçados, anda-se mais um pouco e o que está reservado para nós mais uma vez para nossa alegria? Um belo rio novamente para atravessarmos, nos proporcionando todo relaxamento e calefação da água termal que corria ali na serra em pleno inverno.

Como nosso preparo quanto a rota que andariamos era zero, a partir do rio não sabiamos de fato qual era o caminho correto a continuar, pois somente existia o rio e uma pequena trilha a frente. Decidimos continuar costeando a margem deste rio.

Em um dia de nível normal de água, creio que possa se caminhar pela própria margem ou cruzar de um lado para outro pelas pedras, sem grande dificuldade, entretanto, naquele dia tinhamos muita água, não sendo possivel.

O jeito era fazer uma nova modalidade, denominada, escalada em barro e barranco. Se embrenhando no meio do mato, espinhos, cipós e tomando aquele bom banho de barro medicinal e revigorante.
Juntamente com o recebimento caloroso de espinhos por onde nos segurávamos a alegria e satisfação era transcendente em nossos corações e olhares.










Por fim e para nossa surpresa, pois não tínhamos a menor certeza de onde iriamos parar, chegamos acertadamente e confiantes a base da cascata.

A mesma estava com muita agua, mas muita água mesmo, tomamos um banho com os respingos dela para fazer uma aproximação. Realmente bem frio na base dela.

Após desfrutar da cascata, continuamos explorando com toda aquela análise prévia que fizemos de forma minuciosa da região.







De tal forma, tivemos exito depois em fazer uma trilha que não levava a lugar algum.

Retornando encontramos um ponto no caminho em que uma entrada dava a entender que poderia ser um acesso ao topo da cascata, sendo assim,  bora subir.

Subida íngreme realizada e de fato, chegamos a um campo onde foi possível encontrar o topo da cascata.

Após curtir o topo, é chegado o momento do retorno, então de decisões sábias que normalmente fazemos, optamos pelo melhor caminho, continuando uma subida por este campo, nele achamos uma estrada e, inclusive passamos por uma casa, imaginávamos que no fim teríamos acesso a RS em que o carro estava. Após andar e andar, subir e subir, não víamos mais fim no caminho, a estrada e a subida continuava, então é chegada a hora de olhar no google maps e descobrir que aquele caminho estava indo em uma direção totalmente oposta ao carro kkkk.






Após perceber o ocorrido, a opção era voltar tudo que subimos e fazemos o caminho original, descendo e atravessando os dois rios novamente.

Retorno concluído com sucesso, contudo, longe de ser da forma que imaginávamos kkk, pois andamos 20 KM aproximadamente e não os 20 minutos que pensávamos.

A que conclusão chegamos no fim disso tudo? Nenhuma kkk...para uma atividade de um dia, foi melhor do que esperávamos no fim, pois gostamos muito de termos tido de subir bastante caminhando, da parte dos barrancos e de todo inesperado que aconteceu, deixou a trilha muito mais interessante e difícil. Porém, para atividades de mais dias é recomendado sempre analisar bem os mapas, imagens do earth da região e relatos prévios, caso fosse uma atividade de mais dias haveria de ficar comprometida.

Abaixo tracklog da pernada salvo no Wikiloc:

https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/cascata-do-salto-escondido-28029652